Amiga

Quero ser a tua amiga.
Nem demais, nem de menos.
Nem de tão longe nem de tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.

Mas amar-te sem medida,
e ficar na tua vida
da maneira mais discreta que eu souber.

Sem tirar-lhe a liberdade.
Sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar quando for hora de calar,
e sem calar quando for hora de falar.

Nem ausente nem presente por demais,
simplesmente, calmamente, ser-te paz...

É bonito ser amiga.
Mas, confesso, é tão difícil aprender
E por isso eu te suplico paciência.

Vou encher este teu rosto de lembranças!
Dá-me tempo de acertar nossas distâncias!

(Autor Desconhecido)






















História Engraçada

Mirtes não se agüentou e contou para a Lurdes:
- Viram teu marido entrando num motel.
A Lurdes abriu a boca e arregalou os olhos. Ficou assim, uma estátua de espanto, durante um minuto, um minuto e meio. Depois pediu detalhes.
- Quando? Onde? Com quem?
- Ontem. No Discretíssimu's.
- Com quem? Com quem?
- Isso eu não sei.
- Mas como? Era alta? Magra? Loira? Puxava de uma perna?
- Não sei, Lu.
- Carlos Alberto me paga. Ah, me paga.
Quando Carlos Alberto chegou em casa, Lurdes anunciou que iria deixá-lo e contou por quê.
- Mas que história é essa, Lurdes? Você sabe quem era a mulher que estava comigo no motel. Era você!
- Pois é. Maldita hora em que eu aceitei ir.
- Discretíssimu's! Toda a cidade ficou sabendo. ainda bem que não me identificaram.
- Pois então?
- Pois então que eu tenho que deixar você. Não vê? É o que todas as minhas amigas esperam que eu faça. Não sou mulher de ser enganada pelo marido e não reagir.
- Mas você não foi enganada. Quem estava comigo era você!
- Mas elas não sabem disso!
- Eu não acredito, Lurdes! Você vai desmanchar nosso casamento por isso?
Por uma convenção?
- Vou!
Mais tarde, quando Lurdes estava saindo de casa, com as malas, Carlos Alberto a interceptou. Estava sombrio:
- Acabo de receber um telefonema - disse. Era o Dico.
- O que ele queria?
- Fez mil rodeios, mas acabou me contando. disse que, como meu amigo, tinha que contar.
- O quê?
- Você foi vista saindo do motel Discretíssimu's ontem, com um homem.
- O homem era você!
- Eu sei, mas eu não fui identificado.
- Você não disse que era você?
- O que? Para que os meus amigos pensem que eu vou a motel com a minha própria mulher?
- E então?
- Desculpe, Lurdes, mas...
- O quê???
- Vou ter que te dar uma surra...
Conclusão:
Devemos cuidar apenas da nossa saúde, pois da nossa vida, todo mundo cuida.























Abraço

Um abraço diz muitas coisas...

Abraços são dados de muitas formas
e com diferentes significados.
Têm abraços que dizem:
"Fico muito contente com a sua amizade..."
Existem abraços que expressam o orgulho
que se sente por alguém especial!...
Também há abraços que dizem:
"Não existe ninguém no mundo igual a você..."
Há abraços doces e ternos
que são dados em momentos de tristeza...
Com um abraço também podemos dizer:
"Sinto muito",
quando alguém está passando por um momento difícil...
Há abraços que damos, para dizer:
"Que bom que você veio",
e outros que dizem:
"Sentirei sua falta quando você estiver longe de mim..."
E não faltam esses abraços perfeitos para fazer as pazes...
E os abraços cheios de carinho,
que nascem do coração...
Como você vê,
existem abraços para diferentes ocasiões;
abraços rápidos e abraços demorados,
um para cada razão...
Porém, de todos os abraços,
o mais carinhoso é aquele que diz:
"Você está sempre no meu pensamento
porque eu te quero muito!"
(E sempre será assim!)

(Autor Desconhecido)

























Sinais

Conta-se que um velho árabe analfabeto orava com tanto fervor e com tanto

carinho, cada noite, que certa vez, o rico chefe de grande caravana chamou-o

a sua presença e lhe perguntou:

- Por que oras com tanta fé?

Como sabes que Deus existe, quando nem ao menos sabes ler?

O crente fiel respondeu:

- Grande senhor, conheço a existência de Nosso Pai Celeste pelos sinais dele.

- Como assim? - indagou o chefe, admirado.

O servo humilde explicou-se:

- Quando o senhor recebe uma carta de pessoa ausente,

como reconhece quem a escreveu?

- Pela letra.

- Quando o senhor recebe uma jóia,

como é que se informa quanto ao autor dela?

- Pela marca do ourives.

O empregado sorriu e acrescentou:

- Quando ouve passos de animais, ao redor da tenda,

como sabe, depois, se foi um carneiro, um cavalo um boi?

- Pelos rastros - respondeu o chefe, surpreendido.

Então, o velho crente convidou-o para fora da barraca e,

mostrando-lhe o céu, onde a Lua brilhava,

cercada por multidões de estrelas, exclamou, respeitoso:

- Senhor, aqueles sinais, lá em cima, não podem ser dos homens!

Nesse momento, o orgulhoso caravaneiro, de olhos lacrimosos,

ajoelhou-se na areia e começou a orar também.

Deus, mesmo sendo invisível aos nossos olhos;

deixa-nos sinais em todos os lugares:

na manhã que nasce calma, no dia que transcorre com o calor do sol

ou com a chuva que molha a relva...

Ele deixa sinais quando alguém se lembra de você,

quando alguém te considera importante...

Quando alguém merece teu carinho,

(Autor Desconhecido)




SORRI

QUANDO A DOR TE TORTURAR
E A SAUDADE ATORMENTAR
OS TEUS DIAS TRISTONHOS, VAZIOS
SORRI
QUANDO TUDO TERMINAR
QUANDO NADA MAIS RESTAR
DO TEU SONHO ENCANTADOR
SORRI
QUANDO O SOL PERDER A LUZ
E SENTIRES UMA CRUZ
NOS TEUS OMBROS, DORIDOS
SORRI
VAI MENTINDO A TUA DOR
E AO NOTAR QUE TU SORRIS
TODO MUNDO IRÁ SUPOR
QUE ÉS FELIZ!
























A PARÁBOLA DA ROSA

Um homem plantou uma rosa e passou a regá-la constantemente.
Antes que ela desabrochasse, ele a examinou e viu o botão que em breve
desabrocharia, mas notou espinhos sobre o talo e pensou,
"Como pode uma flor tao bela vir de uma planta rodeada de espinhos tão
afiados?"
Entristecido por este pensamento, ele se recusou a regar a rosa e antes
mesmo de estar pronta para desabrochar, ela morreu.
Assim é com muitas pessoas.
Dentro de cada alma há uma rosa:
Sao as qualidades dadas por Deus.
Dentro de cada alma temos também os espinhos:
Sao as nossas faltas.
Muitos de nós olhamos para nós mesmos e vemos apenas os espinhos, os defeitos.
Nós nos desesperamos, achando que nada de bom pode vir de nosso interior.
Nos recusamos a regar o bem dentro de nós, e consequentemente, isso morre.
Nunca percebemos o nosso potencial.
Algumas pessoas nao vêem a rosa dentro delas mesmas.
Portanto alguém mais deve mostrar a elas.
Um dos maiores dons que uma pessoa pode possuir ou compartilhar é ser
capaz de passar pelos espinhos e encontrar a rosa dentro de outras pessoas.
Esta é a característica do amor.
Olhar uma pessoa e conhecer suas verdadeiras faltas.
Aceitar aquela pessoa em sua vida, enquanto reconhece a beleza em sua alma
e ajudá-la a perceber que ela pode superar suas aparentes imperfeições.
Se nós mostrarmos a essas pessoas a rosa, elas superarão seus próprios espinhos.
Só assim elas poderão desabrochar muitas e muitas vezes.
Portanto Sorriam e descubram as rosas que existe dentro de cada um de vocês e das pessoas que amam...

Autor desconhecido




























Estrela do Mar

Era uma vez um escritor que morava em uma tranqüila praia,

junto de uma colônia de pescadores.

Todas as manhãs ele caminhava à beira do mar para se inspirar,

e à tarde ficava em casa escrevendo.

Certo dia, caminhando na praia, ele viu um vulto que parecia dançar.

Ao chegar perto, ele reparou que se tratava de um jovem que recolhia

estrelas-do-mar para, uma por uma, jogá-las de volta ao oceano.


"Por que está fazendo isto?"

perguntou o escritor.


"Você não vê?" explicou o jovem.

"A maré está baixa e o sol está brilhando.

Elas irão secar e morrer se ficarem aqui na areia".

O escritor espantou-se:

"Meu jovem, existem milhares de quilômetros

de praias por este mundo afora, e centenas


e milhares de estrelas-do-mar espalhadas pela praia.

Que diferença faz?


Você joga umas de volta ao oceano.

A maioria vai perecer de qualquer forma".

O jovem pegou mais uma estrela na praia,

jogou de volta ao oceano e olhou para o escritor:

"Para essa aqui eu fiz a diferença..."

Naquela noite o escritor não conseguiu escrever, sequer dormir.

Pela manhã, voltou à praia, procurou o jovem,

uniu-se a ele e, juntos, começaram a jogar estrelas-do-mar de volta ao oceano.

Faça diferença na vida de alguém hoje.
Uma palavra de estímulo, um pequeno elogio

é algo que com certeza será importante!

(Autor desconhecido)
























Sugestão

Faça o seguinte: 
Assopre o pensamento triste, 
deixe escorrer a última lágrima, 
conte até vinte. 
 
Abra então a janela, 
aquela que dá para o vôo dos pardais, 
procure a luz que pisca lá na frente 
(evite as sombras que ficaram lá pra trás). 
 
Ao encontrá-la, 
coloque-a dentro do peito 
de tal jeito, que possa ser notada 
do lado de fora;

acrescente agora uma pitada de poesia,
do tipo que passa por nós todos os dias
e nem sequer consegue ser notada; 
aumente o brilho, com toda a intensidade 
de que um sorriso é capaz. 
 
A felicidade é o seu limite, 
e o paraíso é você mesmo quem faz.

(Autor Desconhecido)


























Recomeçar

Recomece Sempre

Observe a natureza.
Tudo nela é recomeço.
No lugar da poda
surgem os brotos novos.
Com a água, a planta viceja novamente (renasce).
Nada pára.
A própria terra se veste diferentemente todas as manhãs.
Isso acontece também conosco.
A ferida cicatriza.
A dores desaparecem.
A doença é vencida pela saúde.
A calma vem após o nervosismo.
O descanso restitui as forças.
Recomece.
Anime-se.
Se preciso, faça tudo novamente.
Assim, é a VIDA!

(Autoria desconhecida)























A estrada da Vida

A vida é uma estrada

onde só se pode rodar num sentido.
Não há desvio ou retorno que nos conduza para trás.

Se soubermos aceitar este fato,

a vida se torna mais simples e

só então poderemos tirar o melhor

proveito do que temos e

do que somos.

A vida é muito preciosa,

nunca se esqueça disso.

Você tem apenas uma vida e

pode até não dar o valor que

realmente ela mereça,

mas com certeza há pessoas
que dão este valor

para a sua vida.

Muitas vezes nossa vida parece um
pouco complicada,
mas é tudo passageiro...

São barreiras que aparecem
para se vencer,
e aprender cada vez mais com elas..

Viva para o bem, que o bem será
feito à você.

VIVA SUA VIDA COM MUITO AMOR A ELA MESMA!!!

(Autoria Desconhecida)




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Horizonte

Certa vez uma pessoa chegou no céu

e queria falar com Deus, porque segundo o seu ponto

de vista, havia uma coisa na criação

que não tinha nenhum sentido.

Deus o atendeu de imediato,

curioso por saber qual havia a falha na criação.

- Senhor Deus, sua criação é muito bonita,

muito funcional cada coisa tem sua razão de ser,

mas no meu ponto de vista tem uma coisa que não serve para nada, disse aquela pessoa para Deus.

- E que coisa é essa que não serve para nada?

perguntou Deus

- É o horizonte. Para que serve o horizonte?

Se eu caminho um passo em direção ao horizonte,

ele se afasta um passo de mim.

Se caminho dez passos ele se afasta

outros dez passos.

Se caminho quilometros em direção ao horizonte,

ele se afasta os mesmos quilômetros de mim.

Isso não tem sentido.

O horizonte não serve para nada.

Deus olhou para aquela pessoa, sorriu e disse:

- É justamente para isso que serve o horizonte:

para fazer a pessoa caminhar!


(Autor Desconhecido)






















Não deixe para amanhã.

Amanhã pode ser muito tarde
Para você dizer que ama,
Para você dizer que perdoa,
Para você dizer que desculpa,
Para você dizer que quer
tentar de novo...

Amanhã pode ser muito tarde
Para você pedir perdão,
Para você dizer:
Desculpe-me, o erro foi meu!...

O seu amor, amanhã, pode já ser inútil;
O seu perdão, amanhã, pode já não ser
preciso;
A sua volta, amanhã, pode já não
ser esperada;
A sua carta, amanhã, pode já não ser lida;
O seu carinho, amanhã, pode já não
ser mais necessário;
O seu abraço, amanhã, pode já não
encontrar outros braços...
Porque amanhã pode ser muito
...muito tarde!

Não deixe para amanhã para dizer:
Eu amo você!
Estou com saudades de você!
Perdoe-me!
Desculpe-me!
Esta flor é para você!
Você está tão bem!...

Não deixe para amanhã
O seu sorriso,
O seu abraço,
O seu carinho,
O seu trabalho,
O seu sonho,
A sua ajuda...

Não deixe para amanhã para perguntar:
Por que você está triste?
O que há com você?
Ei!...Venha cá, vamos conversar...
Cadê o seu sorriso?
Ainda tenho chance?...
Já percebeu que eu existo?
Por que não começamos de novo?
Estou com você.
Sabe que pode contar comigo?
Cadê os seus sonhos?
Onde está a sua garra?...

Lembre-se:
Amanhã pode ser tarde...muito tarde!
Procure. Vá atrás! Insista!
Tente mais uma vez!
Só hoje é definitivo!
Amanhã pode ser tarde...
(autor desconhecido)






















Inocência



Uma menininha, diariamente, vai e volta andando para a sua escola.

Apesar do mau tempo daquela manhã e de nuvens estarem se formando,

ela fez seu caminho diário para a escola.

Com o passar do tempo, os ventos aumentaram e junto os raios e trovões.

A mãe pensou que sua filhinha poderia ter muito medo no caminho de volta

pois ela mesma estava assustada com os raios e trovões.

Preocupada, a mãe rapidamente entrou em seu carro e

dirigiu pelo caminho em direção à escola.

Logo ela avistou sua filhinha andando, mas, a cada relâmpago, a criança parava,

olhava para cima e Sorria.

Outro e outro trovão e, após cada um, ela parava,

olhava para cima e Sorria!

Finalmente, a menininha entrou no carro e

a mãe curiosa foi logo perguntando:

-"O que você estava fazendo?"

A garotinha respondeu:

-"Sorrindo! Deus não pára de tirar fotos minhas!!"

Deixemos que toda inocência floresça em nossos corações para podermos

ver a bela e real felicidade que está nos momentos de simplicidade...

(Autoria Desconhecida)
























Amizade

Falamos muito em sentimentos, emoções,
propostas de vida diferentes daquelas que conhecemos
e até mesmo que vivemos.
Sorrimos muito quando estamos apaixonados,
dançamos, falamos sozinhos,
temos o chamado "pique" para trabalhar e estudar.
O coração salta nos olhos vivos
e imaginamos um futuro brilhante ao lado do ser amado.
Mas, um belo dia, acordamos e o sol não brilha mais,
o céu acinzentado nos abre a cortina da escuridão, do medo de viver.
E as lágrimas rolam,
nascidas da nossa desilusão,
do sentimento de rejeição.
E então, amargurados, odiamos o mundo,
as flores, os pássaros, os vizinhos,
o trabalho, a noite, o dia...
Abraçamos apenas a dor da separação e,
no fundo do poço, encontramos todo o nosso potencial de angústia.
Alguém quieto, meio sem ser percebido,
repetindo palavras corriqueiras, simplórias,
tenta nos chamar a atenção e, pacientemente,
se coloca ao nosso lado ouvindo o gritar da nossa dor,
dela compartilhando conosco,
oferecendo-nos um sorriso meio de lado, para não nos agredir.
Nos oferece um copo de água, um passeio ao shopping,
uma ida ao cinema, uma roupa bonita, um caminhar junto.
Meio sem saber, mas sabendo de tudo,
coloca-se como estátua ao nosso lado, esperando o momento certo.
Estou falando de um sentimento
que poucos nutrem e, por isso, pouco conhecem.
Estou falando da amizade, da calma, da paciência,
do bem querer, do respeitar, do falar alto sem gritar,
do sorrir no chorar, do ouvir, do aceitar,
do acreditar de que o amigo é capaz,
mesmo quando não consegue andar.

Amizade...
Queira Deus que possamos, a partir de já,
a nos apresentarmos a ela.
E assim poderemos, amanhã, apresentá-la a alguém.
Quem será?























Pai

O carteiro estendeu o telegrama. Carlos Alberto não agradeceu e enquanto abria o envelope, uma profunda ruga sulcou-lhe a testa. Uma expressão mais de surpresa do que de dor tomou-1he conta do rosto.

Palavras breves e incisas: - Seu pai faleceu. Enterro 18horas. Mamãe;

Carlos Alberto continuou parado, olhando para o vazio. Nenhuma lágrima lhe veio aos olhos nenhum aperto no coração. Nada! Era como se houvesse morrido um estranho. Por que nada sentia pela morte do velho?

Com um turbilhão de pensamentos confundido-o, avisou a esposa, tomou o ônibus e se foi, vencendo os silenciosos quilômetros de estrada enquanto a cabeça girava a mil.

No íntimo, não queria ir ao funeral e, se estava indo era apenas para que a mãe não ficasse mais amargurada. Ela sabia que pai e filho não se davam bem.

A coisa havia chegado ao final no dia em que, depois de mais uma chuva de acusações, Carlos Alberto havia feito as malas e partido prometendo nunca mais botar os pés naquela casa.

Um emprego razoável, casamento, telefonemas à mãe pelo Natal, Ano Novo ou Páscoa... Ele havia se desligado da família não pensava no pai e a última coisa na vida que desejava na vida era ser parecido com ele.

O velório: poucas pessoas.

A mãe está lá, pálida, gelada, chorosa. Quando reviu o filho, as lágrimas correram silenciosas, foi um abraço de desesperado silêncio. Depois, ele viu o corpo sereno envolto por um lençol de rosas vermelho - como as que o pai gostava de cultivar.
Carlos Alberto não verteu uma única lágrima, o coração não pedia. Era como estar diante de um desconhecido um estranho, um...

O funeral: o sabiá cantando, o sol se pondo.

Ele ficou em casa com a mãe até a noite, beijou-a e prometeu que voltaria trazendo netos e esposa para conhecê-la. Agora, ele poderia voltar à casa, porque aquele que não o amava, não estava mais lá para dar-lhe conselhos ácidos nem para criticá-lo

Na hora da despedida a mãe colocou-lhe algo pequeno e retangular na mão.

- Há mais tempo você poderia ter recebido isto - disse.

- Mas, infelizmente só depois que ele se foi eu encontrei entre os guardados mais importantes...

Foi um gesto mecânico que, minutos depois de começar a viagem, meteu a não no bolso e sentiu o presente. O foco mortiço da luz do bagageiro revelou uma pequena caderneta de capa vermelha. Abriu-a curioso.

Páginas amareladas. Na primeira, no alto, reconheceu a caligrafia firme do pai:

"Nasceu hoje o Carlos Alberto. Quase quatro quilos! O meu primeiro filho, um garotão! Estou orgulhoso de ser o pai daquele que será a minha continuação na Terra!".

À medida que folheava, devorando cada anotação, sentia um aperto na boca do estomago, mistura de dor e perplexidade, pois as imagens do passado ressurgiram firmes e atrevidas como se acabassem de acontecer!

"Hoje, meu filho foi para escola. Está um homenzinho! Quando eu vi ele de uniforme, fiquei emocionado e desejei-lhe um futuro cheio de sabedoria. A vida dele será diferente da minha, que não pude estudar por ter sido obrigado a ajudar meu pai. Mas para meu filho desejo o melhor. Não permitirei que a vida o castigue".

Outra página
- "Carlos Alberto me pediu uma bicicleta, meu salário não dá, mas ele merece porque é estudioso e esforçado. Fiz um empréstimo
que espero pagar com horas extras".

Carlos Alberto mordeu os lábios. Lembrava-se da sua intolerância, das brigas feitas para ganhar a sonhada bicicleta. Se todos os amigos ricos tinham uma, por que ele também não poderia ter a sua?

E quando, no dia do aniversário, a havia recebido, tinha corrido aos braços da mãe sem sequer olhar para o pai. Ora, o "velho" vivia mal-humorado, queixando-se do cansaço, tinha os olhos sempre vermelhos... e Carlos Alberto detestava aqueles olhos injetados sem jamais haver suspeitado que eram de trabalhar até a meia-noite para pagar a bicicleta... !

"Hoje fui obrigado a levantar a mão contra meu filho! Preferia que ela tivesse sido cortada, mas fui preciso tentar chamá-lo á razão, Carlos Alberto anda em más companhias, tem vergonha da pobreza dos pais e, se não disciplinar amanhã será um marginal."

"É duro para um pai castigar um filho e bem sei que ele poderá me odiar por isso; entretanto, devo educá-lo para seu próprio bem. Foi assim que aprendi a ser um homem honrado e esse é o único modo que sei de ensiná-lo".

Carlos Alberto fechou os olhos e viu toda a cena quando por causa de uma bebedeira, tinha ido para a cadeia e naquela noite, se o pai não tivesse aparecido para impedi-lo de ir ao baile com os amigos...
Lembrava-se apenas do automóvel retorcido e manchado de sangue que tinha batido contra uma árvore... Parecia ouvir sinos, o choro da cidade inteira enquanto quatro caixões seguiam lugubremente para o cemitério.
As páginas se sucediam com anotações ora curtas, ora longas, cheias das respostas que revelam o quanto, em silêncio e amargura, o pai o havia amado.
O "velho" escrevia de madrugada.
Momento da solidão, num grito de silêncio, porque era desse jeito que ele era, ninguém o havia ensinado a chorar e a dividir suas dores, o mundo esperava que fosse durão para que não o julgassem nem fraco e nem covarde.
E, no entanto, agora Carlos Alberto estava tendo a prova que, debaixo daquela fachada de fortaleza havia um coração tão terno e cheio de amor.

A ultima pagina. Aquela do dia em que ele havia partido:

- "Deus, o que fiz de errado para meu filho me odiar tanto? Por que sou considerado culpado, se nada fiz, senão tentar transformá-lo em um homem de bem?"

"Meu Deus, não permita que esta injustiça me atormente para sempre. Que um dia ele possa me compreender e perdoar por eu não ter sabido ser o pai que ele merecia ter."

Depois não havia mais anotações e as folhas em branco davam a idéia de que o pai tinha morrido naquele momento, Carlos Alberto fechou depressa a caderneta, o peito doía. O coração parecia haver crescido tanto, que lutava para escapar pela boca. Nem viu o ônibus entrar na rodoviária, levantou aflito e saiu quase correndo porque precisava de ar puro para respirar; a aurora rompia no céu e mais um dia começava.
"Honre seu pai para que os dias de sua velhice sejam tranqüilos!"
- certa vez ele tinha ouvido essa frase e jamais havia refletido na profundidade que ela continha.
Em sua egocêntrica cegueira de adolescente, jamais havia parado para pensar em verdades mais profundas.
Para ele, os pais eram descartáveis e sem valor como as embalagens que são atiradas ao lixo. Afinal, naqueles dias de pouca reflexão tudo era juventude, saúde, beleza, musica, cor, alegria, despreocupação e vaidade.
Não era ele um semideus? Agora, porém, o tempo o havia envelhecido, fatigado e também tornado pai aquele falso herói.
De repente. No jogo da vida, ele era o pai e seus atuais contestadores.
Como não havia pensado nisso antes? Certamente por não ter tempo, pois andava muito ocupado com os negócios, a luta pela sobrevivência, a sede de passar fins de semana longe da cidade grande, a vontade de mergulhar no silêncio sem precisar dialogar com os filhos.
Ele jamais tivera a idéia de comprar uma cadernetinha de capa vermelha pala anotar uma à frase sobre seus herdeiros, jamais lhe havia passado pela cabeça escrever que tinha orgulho daqueles que continuam o seu nome.
Justamente ele, que se considerava o mais completo pai da Terra?
Uma onda de vergonha quase o prostrou por terra numa derradeira lição de humildade. Quis gritar, erguer procurando agarrar o velho para sacudi-lo e abraçá-lo, encontrou apenas o vazio.
Havia uma raquítica rosa vermelha num galho no jardim de uma casa, o sol acabava de nascer. Então, Carlos Alberto acariciou as pétalas e lembrou-se da mãozona do pai podando, adubando e cuidando com amor. Por que nunca tinha percebido tudo aquilo antes?
Uma lágrima brotou como o orvalho, e erguendo os olhos para o céu dourado, de repente, sorriu e desabafou-se numa confissão aliviadora:

- "Se Deus me mandasse escolher, eu juro que não queria ter tido outro pai que não fosse você velho! Obrigado por tanto amor, e me perdoe por haver sido tão cego."